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  • Foto do escritor: Arthur Alexander
    Arthur Alexander
  • 20 de ago. de 2023
  • 1 min de leitura

O Estádio do Espelho, uma teoria desenvolvida pelo psicanalista Jacques Lacan, é um conceito fundamental dentro da psicanálise que explora a formação da identidade e do eu no indivíduo. Introduzido por Lacan em 1936, durante o Congresso Internacional de Psicanálise em Marienbad, essa teoria ofereceu uma nova perspectiva sobre a relação entre o sujeito e sua imagem refletida.

O termo "estádio" sugere um estágio de desenvolvimento psicológico, marcado por uma fase crucial de reconhecimento e formação da identidade. Lacan argumenta que a criança passa por um processo de reconhecimento de si mesma a partir do momento em que percebe sua imagem no espelho. Isso ocorre normalmente entre os 6 e 18 meses de idade, quando a criança começa a se identificar com a imagem que vê no espelho como sendo uma representação de si mesma.

No entanto, o Estádio do Espelho não se trata apenas de um ato de reconhecimento visual. Lacan destaca que essa experiência é profundamente psicológica e emocional. A criança, ao se deparar com sua imagem no espelho, não apenas reconhece sua aparência física, mas também cria uma ligação afetiva e simbólica com essa imagem. Ela passa a se ver como um "eu" separado do mundo ao seu redor, marcando o início da construção da identidade individual.

O Estádio do Espelho também introduz a noção de "ideal do eu". A imagem refletida no espelho muitas vezes é idealizada, mais completa e perfeita do que a realidade do corpo infantil. Essa imagem idealizada se torna um ponto de referência para o desenvolvimento futuro da identidade, influenciando a autoimagem e as aspirações do indivíduo ao longo da vida.

 
 
 
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    Arthur Alexander
  • 13 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura

Jacques Lacan, psicanalista e teórico francês, introduziu uma perspectiva única sobre a psicanálise ao abordar o conceito do "objeto perdido". Esse conceito está profundamente enraizado na teoria lacaniana e desempenha um papel crucial na compreensão da psicodinâmica humana e das estruturas do desejo.


O "objeto perdido" em Lacan refere-se a uma experiência fundamental que ocorre na infância e que molda a maneira como os indivíduos vivenciam seus desejos e relacionamentos ao longo de suas vidas. Lacan descreveu esse processo como o momento em que a criança percebe a separação da mãe como um ser independente, ou seja, a mãe deixa de ser um prolongamento do próprio corpo da criança e torna-se um "outro" separado. Essa percepção da separação é acompanhada por um sentimento de perda, uma sensação de que algo essencial foi retirado, e é aí que surge o conceito do "objeto perdido".


O "objeto perdido" não se refere a um objeto físico específico, mas sim a um estado psicológico de falta e desejo que influencia as relações e os anseios das pessoas ao longo de suas vidas. Esse objeto perdido está associado ao que Lacan chamou de "objeto a", um objeto de desejo que é inerentemente inatingível e que continua a exercer um poderoso impacto na psique do indivíduo. Esse objeto pode se manifestar de diferentes maneiras, seja na busca por relações amorosas, conquistas profissionais ou mesmo na busca incessante por satisfação e realização.


A compreensão do objeto perdido e do "objeto a" é fundamental para a teoria lacaniana da psicanálise. Lacan argumentou que nossos desejos são moldados por essa sensação de falta e pela busca incessante por algo que parece estar sempre além do nosso alcance. Isso leva a uma dinâmica complexa de desejo e frustração, na qual os indivíduos buscam constantemente preencher o vazio deixado pelo objeto perdido, muitas vezes sem sucesso.


No entanto, Lacan também sugeriu que a análise psicanalítica pode proporcionar uma oportunidade de explorar e compreender melhor o objeto perdido, permitindo que os indivíduos examinem suas relações com o desejo e a falta. Ao trazer à consciência esses processos inconscientes e ao confrontar as complexidades do objeto perdido, os indivíduos podem começar a liberar-se das amarras do desejo incessante e a desenvolver uma relação mais saudável e autêntica com suas próprias necessidades e com os outros.



 
 
 
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    Arthur Alexander
  • 6 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura

Ferdinand de Saussure, um linguista suíço do final do século XIX e início do século XX, é frequentemente considerado o pai da linguística estruturalista. Sua obra mais influente, "Curso de Linguística Geral", publicada postumamente em 1916, revolucionou a forma como a linguagem é estudada, Jacques Lacan, por outro lado, foi um psicanalista francês do século XX, influenciado pelo trabalho de Sigmund Freud e pela filosofia pós-estruturalista. Lacan desenvolveu uma abordagem psicanalítica única, que enfatizava a importância do inconsciente e da linguagem na construção da subjetividade humana.

Jacques Lacan e Ferdinand de Saussure são figuras proeminentes no campo da linguística e da psicanálise, cada um com suas contribuições distintas para o entendimento da linguagem e da mente humana. Embora pertençam a diferentes períodos históricos e campos de estudo, ambos tiveram um impacto significativo no desenvolvimento das ciências humanas.

Ferdinand de Saussure, um linguista suíço do final do século XIX e início do século XX, é frequentemente considerado o pai da linguística estruturalista. Sua obra mais influente, "Curso de Linguística Geral", publicada postumamente em 1916, revolucionou a forma como a linguagem é estudada. Saussure argumentava que a linguagem é um sistema de signos, no qual as palavras e seus significados estão interligados por relações arbitrárias e convencionais, a noção de que a linguagem é um sistema de signos, em que os signos consistem em uma união entre o significante (a forma sonora ou escrita da palavra) e o significado (o conceito ou referente que ela representa). Essa relação é considerada arbitrária, pois não há uma conexão intrínseca entre o significante e o significado; é uma convenção social estabelecida pela comunidade linguística.

Ele enfatizou a importância da estrutura e do funcionamento sistêmico da linguagem, ao invés de apenas focar no estudo de palavras isoladas.

Lacan explorou a linguagem como um sistema simbólico que molda a identidade e a forma como nos compreendemos como sujeitos. Ele argumentava que o acesso ao mundo exterior e à realidade está sempre mediado pela linguagem e pela cultura. Dessa forma, a comunicação humana e o processo de significação são cruciais para a formação da subjetividade e para a compreensão de nós mesmos e dos outros.

Ele considerava que a linguagem não apenas refletia o pensamento, mas também o constituía. Assim, o inconsciente era estruturado como uma linguagem, repleto de significantes e significados que moldavam nossas emoções, desejos e crenças mais profundas.

Outro conceito-chave na teoria de Lacan é o "objeto a", que representa o objeto perdido, inatingível e desejado que motiva o sujeito a buscar constantemente sua satisfação. Esse objeto a não é algo tangível ou específico, mas sim uma falta simbólica que alimenta o desejo humano e está intimamente ligado ao funcionamento da linguagem e do inconsciente.

 
 
 
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© 2025 por Arthur Alexander Abrahão

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