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  • Foto do escritor: Arthur Alexander
    Arthur Alexander
  • 7 de mai. de 2023
  • 2 min de leitura

O conceito de inconscientes é uma das ideias mais centrais da obra de Sigmund Freud e foi desenvolvido ao longo de sua carreira. Neste artigo, discutiremos a evolução desse conceito na obra de Freud, apresentando citações relevantes do próprio autor.

A noção de inconsciente em Freud remonta aos seus primeiros trabalhos, incluindo o livro "Estudos sobre Histeria" (1895), escrito em colaboração com Joseph Breuer. Neste livro, Freud e Breuer descrevem o caso de Anna O., uma paciente que sofria de sintomas físicos inexplicáveis que, segundo eles, eram causados ​​por traumas psicológicos reprimidos. Eles argumentam que esses traumas eram "memórias inconscientes" que precisavam ser trazidas à tona e processadas em terapia.

Mais tarde, em sua obra "A Interpretação dos Sonhos" (1900), Freud elabora o conceito de inconsciente, descrevendo-o como um "reservatório" de pensamentos, desejos e impulsos reprimidos que estão fora do alcance da consciência. Segundo Freud, o inconsciente é o principal motor do comportamento humano, pois muitos dos nossos impulsos e motivações são inconscientes e operam sem nosso conhecimento.

Em "Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade" (1905), Freud relaciona o inconsciente com a sexualidade, argumentando que muitos dos nossos desejos e impulsos sexuais são inconscientes e que a repressão desses desejos pode levar a problemas psicológicos. Ele escreve: "Muitas vezes o desejo sexual permanece inconsciente e se torna acessível apenas através de sintomas patológicos".

Ao longo de sua obra posterior, Freud refinou e desenvolveu ainda mais sua teoria do inconsciente, especialmente em relação à sua teoria das pulsões e à sua ideia de que a mente é dividida em três partes (o id, o ego e o superego). Em "Além do Princípio do Prazer" (1920), ele descreve o conceito de pulsão de morte, que é um impulso destrutivo e autodestrutivo que opera no nível inconsciente.

Em resumo, o conceito de inconsciente na obra de Freud evoluiu de uma ideia de "memórias inconscientes" para uma noção mais ampla de um reservatório de pensamentos e desejos reprimidos que motivam nosso comportamento. A relação entre o inconsciente e a sexualidade, bem como a relação entre o inconsciente e a teoria das pulsões, também foram refinadas e desenvolvidas ao longo da carreira de Freud. Como ele mesmo escreveu: "O inconsciente é o verdadeiro repositório das pulsões, dos desejos e dos pensamentos reprimidos".

Referências:

  • Freud, S. (1895). Estudos sobre Histeria.

  • Freud, S. (1900). A Interpretação dos Sonhos.

  • Freud, S. (1905). Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade.

  • Freud, S. (1920). Além do Princípio do Prazer.


 
 
 
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    Arthur Alexander
  • 30 de abr. de 2023
  • 1 min de leitura

Essa famosa citação de Jacques Lacan, "A decepção é o momento de verdade, em que o sujeito se depara com a impossibilidade de realizar seus desejos e com a necessidade de encontrar novos caminhos", ilustra a importância da experiência da decreta.

Segundo Lacan, a decepção pode ser vista como um momento de verdade, em que o sujeito é confrontado com a impossibilidade de alcançar seus desejos ou expectativas. Essa experiência de desilusão pode ser dolorosa, mas também pode ser um momento de crescimento e transformação. Quando um indivíduo enfrenta a decepção, ele é levado a repensar suas crenças

O processo de análise lacaniana também se baseia na ideia de que a decepção é um momento crucial para o tratamento psicanalítico. Durante a análise, o sujeito é levado a confrontar suas fantasias e expectativas em relação a si mesmo e ao mundo, e a experiência da decepção pode ser um momento de verdade que ajuda a pessoa a reconhecer suas próprias limitações.


"O Avesso da Psicanálise" (1969-1970).

 
 
 
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    Arthur Alexander
  • 23 de abr. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 7 de mai. de 2023

O texto "Kant com Sade" é um ensaio do psicanalista francês Jacques Lacan, publicado pela primeira vez em 1963. Nele, Lacan aborda a relação entre a filosofia de Immanuel Kant e a obra do escritor marquês de Sade, buscando elucidar como as ideias desses dois pensadores podem ser relacionadas.

Segundo Lacan, "Sade é o homem que, por excelência, nos introduz na dimensão do que Kant chama de mal radical" (LACAN, 1963, p. 769). O autor argumenta que a obra de Sade representa a subversão do sistema moral kantiano, ao colocar em cena personagens que agem de forma contrária às leis universais do dever e da moralidade.

Lacan também aponta que Kant e Sade têm em comum a ideia de autonomia individual. Enquanto Kant defende a autonomia como um valor moral, Sade a utiliza para justificar a liberdade de ação dos seus personagens, que não se submetem a nenhum código moral ou lei externa. Como afirma Lacan, "Sade utiliza a ideia de autonomia para mostrar que a liberdade do homem é tão grande que ele pode, inclusive, escolher o mal" (LACAN, 1963, p. 770).

O autor ainda destaca a importância da dimensão estética na obra de ambos os pensadores. Para Kant, a arte é vista como uma atividade que permite a transcendência da realidade empírica, enquanto Sade utiliza a arte para expressar suas ideias e desejos mais obscuros. Lacan afirma que "o que Kant rejeita em Sade não é a dimensão estética, mas sim a dimensão erótica" (LACAN, 1963, p. 775), e que essa dimensão é justamente a que permite a Sade colocar em xeque a moralidade kantiana.

Por fim, Lacan argumenta que a obra de Sade representa uma crítica à sociedade em que ele viveu, ao expor a hipocrisia e a falsidade das instituições sociais e religiosas da época. Para o autor, a obra de Sade é uma forma de "colocar em questão o conjunto das leis, das instituições, das regras que pretendem governar a vida social" (LACAN, 1963, p. 781), e por isso é tão importante para a compreensão da natureza humana.

Em resumo, o ensaio "Kant com Sade" de Jacques Lacan aborda a relação entre a filosofia de Immanuel Kant e a obra do escritor marquês de Sade, destacando suas diferenças e semelhanças em relação à moralidade, à autonomia individual, à estética e à crítica social. Para Lacan, a obra de Sade representa uma subversão da moralidade kantiana e uma crítica à sociedade da época.


LACAN, Jacques. Kant com Sade. In: LACAN, Jacques. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998. p. 769-782.

 
 
 
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© 2025 por Arthur Alexander Abrahão

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