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  • Foto do escritor: Arthur Alexander
    Arthur Alexander
  • 18 de jun. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 16 de jul. de 2023

Na teoria psicanalítica de Sigmund Freud, o conceito de pulsão desempenha um papel fundamental para compreender o funcionamento do psiquismo humano. Freud desenvolveu essa noção ao longo de sua obra, atribuindo-lhe diferentes significados e nuances ao longo do tempo. As pulsões são consideradas como forças motivacionais subjacentes aos processos psíquicos e estão intimamente ligadas aos instintos e às necessidades humanas.

Freud inicialmente utilizou o termo "Trieb" em alemão para se referir às pulsões, que pode ser traduzido como "impulso" ou "instinto". Ele propôs que as pulsões são energias biológicas que se originam do corpo e exercem uma pressão constante sobre a mente, buscando sua satisfação. Essas pulsões podem ser de natureza sexual ou agressiva e estão presentes desde o nascimento, influenciando o comportamento e as motivações das pessoas.

Com o tempo, Freud refinou e desenvolveu sua compreensão das pulsões. Ele passou a distinguir entre a energia das pulsões (libido) e a fonte dessas pulsões (zonas erógenas). A libido, ou energia pulsional, é vista como uma força vital que busca expressão e gratificação. Já as zonas erógenas são áreas específicas do corpo que estão associadas ao prazer sexual e são pontos de concentração da libido.

Freud também diferenciou entre as pulsões de vida (Eros) e as pulsões de morte (Thanatos). As pulsões de vida são aquelas que buscam a união, a reprodução, a satisfação e a preservação da vida. Elas estão relacionadas ao amor, à sexualidade e à busca pelo prazer. Por outro lado, as pulsões de morte envolvem uma tendência para a autodestruição, a agressão e a busca pelo retorno ao estado inorgânico.

Um aspecto importante da teoria das pulsões é o conceito de sublimação. Freud propôs que, quando as pulsões não encontram uma forma direta de satisfação, podem ser redirecionadas para atividades socialmente aceitas e culturalmente valorizadas. Por exemplo, a energia sexual pode ser sublimada em atividades artísticas, intelectuais ou produtivas. A sublimação permite que as pulsões sejam canalizadas de maneira construtiva, evitando conflitos e angústias associados à sua repressão.

No entanto, as pulsões também podem entrar em conflito com as exigências da sociedade e com as restrições impostas pela civilização. Freud destacou que a cultura e a educação têm a função de regular e controlar as pulsões, estabelecendo normas e regras sociais. O conflito entre as pulsões e as demandas sociais pode levar a distúrbios psíquicos e sintomas neuróticos.

 
 
 
  • Foto do escritor: Arthur Alexander
    Arthur Alexander
  • 11 de jun. de 2023
  • 3 min de leitura

A relação entre repetição e simbolização na teoria de Lacan revela a busca incessante do sujeito pela simbolização plena do desejo. A repetição persiste como um lembrete constante da lacuna simbólica e da incompletude inerente à experiência humana.

A Busca pela Simbolização:

Lacan enfatizou a importância da simbolização como um processo fundamental na constituição do sujeito. Através da linguagem e do sistema simbólico, o sujeito atribui significado aos objetos, experiências e desejos, tornando-os compreensíveis dentro de um contexto cultural e social. A simbolização permite ao sujeito se relacionar com o mundo e com os outros, construindo uma identidade e uma compreensão de si mesmo.

A Persistência da Repetição:

No entanto, mesmo com a simbolização, a repetição persiste como uma força que desafia a completude simbólica. Lacan argumentava que a repetição era uma manifestação do retorno do reprimido, uma expressão do desejo que não pode ser totalmente simbolizado. A repetição surge quando o desejo escapa das amarras simbólicas e se manifesta de forma repetitiva, em busca de uma simbolização mais satisfatória.

A Recorrência dos Padrões Repetitivos:

Os padrões repetitivos na vida de um sujeito são evidências de como a repetição e a simbolização se entrelaçam. O sujeito repete certos comportamentos, situações ou escolhas, buscando uma resolução, uma satisfação plena do desejo. No entanto, essa busca é frustrada, pois a simbolização nunca é completa e o desejo humano é marcado pela falta.

A repetição é uma tentativa do sujeito de preencher a lacuna simbólica e atingir uma simbolização mais plena do desejo. No entanto, essa busca é incessante, pois o desejo é sempre excessivo e insaciável. A repetição persiste como uma lembrança constante da incompletude da simbolização.

A repetição é uma tentativa do sujeito de preencher a lacuna simbólica e atingir uma simbolização mais plena do desejo. No entanto, essa busca é incessante, pois o desejo é sempre excessivo e insaciável. A repetição persiste como uma lembrança constante da incompletude da simbolização.

Lacan argumenta que a repetição desempenha um papel crucial na relação entre o sujeito e o Real. Diante da impossibilidade de lidar diretamente com o Real, o sujeito recorre à repetição como uma forma de buscar algum sentido e ordem na experiência. A repetição é uma tentativa de domesticar o Real, trazendo certa familiaridade e controle para a vida do sujeito.

Para Lacan, o Real refere-se a uma dimensão fundamental da existência humana que escapa à simbolização e à apreensão completa. É aquilo que não pode ser totalmente simbolizado ou compreendido dentro dos limites da linguagem e do sentido comum.

No entanto, essa tentativa é sempre frustrada, pois o Real continua a se impor, escapando às amarras simbólicas e desafiando as ilusões do sujeito. A repetição persiste como um lembrete constante da presença perturbadora do Real, apontando para a impossibilidade de plena simbolização e para a dimensão inapreensível da existência humana.

A Repetição como Revelação do Real:

Ao longo de seu trabalho, Lacan expandiu o conceito de repetição, não mais limitando-o à dimensão inconsciente, mas relacionando-o diretamente ao Real. Ele argumentou que a repetição não é apenas uma defesa contra o confronto com o Real, mas também uma maneira de revelar sua presença e sua força.

A repetição surge como um sinal de que o Real está emergindo na vida do sujeito, perturbando as estruturas simbólicas e desafiando as tentativas de controle. Ela questiona a ideia de progresso linear, evidenciando a persistência do Real como uma força disruptiva e incontrolável.

A Possibilidade de Transformação:

Embora a repetição possa parecer frustrante e desafiadora, Lacan via nela uma possibilidade de transformação. Ao reconhecer a presença do Real através da repetição, o sujeito é convidado a questionar suas ilusões e a abrir espaço para novas formas de enfrentar a incompletude e a contingência da existência humana.

 
 
 

A evolução do conceito de repetição na teoria de Freud revelou a complexidade da mente humana e a importância de compreendermos os mecanismos psíquicos que subjazem aos comportamentos repetitivos. Inicialmente associada à defesa contra traumas passados, a repetição expandiu-se para abranger questões transgeracionais e o retorno do recalcado do inconsciente.


A compreensão da repetição como um processo inconsciente permitiu a Freud investigar mais profundamente as origens dos comportamentos repetitivos e o impacto que têm sobre a vida emocional e relacional dos indivíduos. A repetição revela-se como uma forma de expressão do inconsciente, uma tentativa de trazer à luz conteúdos reprimidos que influenciam nossas escolhas e experiências.


No entanto, Freud não se limitou a simplesmente descrever a repetição. Ele desenvolveu a técnica da análise psicanalítica como uma forma de ajudar os indivíduos a trabalhar com esses padrões repetitivos, explorando suas origens inconscientes e promovendo uma revisão e transformação das experiências passadas. Ao trazer à consciência o material reprimido e permitir sua elaboração, a análise oferece a possibilidade de romper com os padrões repetitivos e abrir espaço para novos significados e comportamentos.


A evolução do conceito de repetição na teoria de Freud nos ensina que não estamos fadados a repetir indefinidamente os mesmos padrões e traumas. Ao compreender e trabalhar com os conteúdos inconscientes, podemos romper com as amarras da repetição e buscar uma maior autonomia e liberdade psíquica.


É importante ressaltar que a repetição não é necessariamente algo negativo. Padrões repetitivos podem ser fonte de conforto e segurança, especialmente quando trazem consigo aspectos positivos. No entanto, quando se tornam limitantes, aprisionantes ou causam sofrimento, é crucial buscar compreendê-los e transformá-los.


Neste texto, exploraremos a evolução do conceito de repetição na teoria de Freud, mostrando como ele foi além dos padrões estabelecidos e nos ajudou a compreender melhor a complexidade da psique humana.


A Repetição como Defesa:


No início de sua obra, Freud observou que muitos de seus pacientes repetiam padrões de comportamento ou experimentavam lembranças perturbadoras de eventos passados. Ele associou essa repetição a mecanismos de defesa, nos quais o indivíduo tentava lidar com traumas não resolvidos. A repetição, nesse contexto, poderia ser vista como uma tentativa de dominar experiências passadas, trazendo-as à consciência para que pudessem ser compreendidas e integradas.


Além dos Traumas: O Complexo de Édipo e a Repetição Transgeracional:


À medida que Freud desenvolveu sua teoria, ele expandiu o conceito de repetição para além dos traumas individuais. Ele identificou o complexo de Édipo como um exemplo significativo de como a repetição se manifesta nas relações familiares. O indivíduo, inconscientemente, repete padrões de comportamento e emoções vivenciadas durante sua infância, muitas vezes projetando figuras parentais em seus relacionamentos amorosos. Essa repetição transgeracional revela como os padrões familiares se perpetuam ao longo do tempo.


O Retorno do Recalcado: Repetição e o Inconsciente:


A contribuição mais profunda de Freud para o conceito de repetição foi sua associação com o retorno do recalcado, ou seja, conteúdos reprimidos do inconsciente. Ele observou que esses conteúdos, ao serem reprimidos, não desapareciam, mas retornavam de maneira disfarçada. Assim, a repetição era uma expressão indireta do inconsciente, uma tentativa de trazer à tona os desejos e traumas recalcados que moldam nossas experiências e comportamentos.


O Além da Repetição: Trabalho do Inconsciente e Transformação:


No entanto, Freud também reconheceu a necessidade de ir além da repetição. Ele postulou que a análise psicanalítica poderia ajudar o indivíduo a trabalhar com esses padrões repetitivos, trazendo à consciência os conteúdos inconscientes e permitindo uma revisão e transformação das experiências passadas. A análise, nesse sentido, abre caminho para a construção de novos significados e para a superação dos padrões repetitivos.


Em suma, a evolução do conceito de repetição na teoria de Freud revela sua importância para a compreensão da mente humana. A repetição transcende os padrões superficiais e nos leva a explorar as profundezas do inconsciente. Ao trabalhar com a repetição, podemos desvendar traumas, padrões familiares e conteúdos reprimidos, promovendo a cura e a transformação psíquica. A análise psicanalítica surge como uma ferramenta valiosa nesse processo, oferecendo um caminho para além da repetição e em direção a uma vida mais plena e consciente.

 
 
 
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© 2025 por Arthur Alexander Abrahão

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