O Narcisismo secundário
- Arthur Alexander
- 16 de abr. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de mai. de 2023
O narcisismo é um conceito psicanalítico que se refere à autoestima, autoimagem e autovalorização do sujeito. O termo "narcisismo" foi cunhado por Freud em homenagem à figura mitológica grega Narciso, que se apaixonou pela própria imagem refletida na água. A teoria psicanalítica do narcisismo é composta por duas fases: o narcisismo primário e o narcisismo secundário.
O narcisismo primário é a fase inicial do desenvolvimento emocional do ser humano, que ocorre na primeira infância. Nesta fase, a criança tem uma relação de amor consigo mesma e com seu próprio corpo, sem distinguir entre si mesma e o mundo externo. A fase do narcisismo primário é considerada como uma fase necessária para a construção da identidade do indivíduo e do senso de si mesmo. Freud escreveu sobre o narcisismo primário em seu livro "Introdução ao Narcisismo" (1914):
"O narcisismo primário [...] é a única forma original de libido; porém, é tomado como um objeto, de tal modo que se poderia dizer que a libido é retirada do eu, catexizada no objeto e, mais tarde, pode retornar ao eu sob a forma de narcisismo secundário."
O narcisismo secundário é a fase posterior do desenvolvimento emocional, na qual o indivíduo começa a se relacionar com o mundo externo e com outras pessoas. Nesta fase, o indivíduo busca a satisfação de seus desejos e necessidades através de outras pessoas e objetos. O narcisismo secundário é considerado como uma forma mais madura de narcisismo, na qual o sujeito é capaz de se relacionar de forma mais saudável com o mundo externo. Freud escreveu sobre o narcisismo secundário em seu livro "Além do Princípio do Prazer" (1920):
"Assim, o narcisismo secundário surge como uma substituição do amor objetal pelo amor ao próprio eu, se tal coisa se torna necessária por alguma causa ou outra, especialmente se a libido de objeto foi perdida."
Lacan, por sua vez, desenvolveu uma teoria mais complexa do narcisismo, baseada na ideia de que o sujeito é marcado pela falta e pela incompletude. Ele argumentou que o sujeito só pode se relacionar com o mundo externo através do Outro, que é uma figura simbólica que representa o mundo e os outros para o sujeito. Lacan escreveu sobre o narcisismo em diversos textos, incluindo "O Estádio do Espelho como Formador da Função do Eu" (1949):
"O que é fundamental no estádio do espelho [...] é que ele revela a duplicidade que constitui o sujeito, à medida que o faz mediar pelo outro e, simultaneamente, pela imagem virtual que ele próprio produz - o eu ideal."
"Introdução ao Narcisismo" - Sigmund Freud
"O Estádio do Espelho como Formador da Função do Eu" - Jacques Lacan
Trecho não especificado da obra de Jacques Lacan sobre o narcisismo
"Além do Princípio do Prazer" - Sigmund Freud